Diplomação dos Eleitos em Palestina.

Nesta matéria, não vamos descrever o evento, do dia 13 de dezembro, como de costume, vamos registrar as palavras proferidas no discurso do Juiz de nossa cidade, Dr. Senivaldo Junior,  que usando como fonte expiradora o Hino de Palestina, promoveu uma grande aula de cidadania e importância da democracia.

Transcrevo aqui estas palavras, para que todos que gostam de nossa cidade e tem por ela alguma responsabilidade, possam fortalecer suas energias, nesta linha de pensamento e deixem o Coração dos Três Rios cada vez melhor. 

 


“Diplomação”

 

Diplomação, um momento que celebra o ápice de um processo que simboliza a força e a união do nosso pacto social enquanto nação.

A Justiça Eleitoral, com o trabalho dedicado de seus servidores, tem sido o pilar silencioso que sustenta este grande edifício chamado democracia. Permitam-me, com o mais profundo respeito, homenagear todos aqueles que, com incansável dedicação e espírito de serviço, em especial do servidor Luiz Gustavo Motta, chefe do Cartório Eleitoral, garantiram que o processo democrático fosse conduzido com absoluta lisura e transparência. Cada gesto, cada esforço, mesmo os que parecem pequenos, são como pedras preciosas na construção de um templo que se erige sobre o mais sólido alicerce: a confiança do povo. A vocês, trabalhadores anônimos da democracia, nossa mais sincera gratidão e admiração.

Estamos hoje reunidos aqui em torno de algo muito maior do que cada um de nós: a soberania da vontade popular. Fernando Pessoa nos lembra que “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.” Assim é a eleição: um evento breve, mas de uma intensidade capaz de transformar histórias, desenhar novos rumos e renovar esperanças. Cada voto depositado nas urnas carrega consigo os sonhos de um futuro melhor, a força de uma crença em dias mais justos e o poder inquestionável da democracia. Hoje, celebramos não apenas os eleitos, mas o povo que os escolheu com coragem e determinação.

A diplomação, entretanto, não é apenas um ato formal. É um rito carregado de significado e emoção. É o instante em que o desejo coletivo se materializa, colocando nas mãos dos eleitos não apenas um mandato, mas a grande responsabilidade de honrar a confiança que lhes foi depositada. Que cada um dos diplomados aqui presentes jamais se esqueça das palavras profundas de Rainer Maria Rilke: “a verdadeira pátria do homem é a sua responsabilidade.” Que este compromisso seja norteado pela ética, pela justiça e pelo amor ao bem comum. Que cada passo dado durante este mandato seja guiado pela consciência de que vocês não apenas representam, mas são a voz e a esperança de um povo que acredita na transformação.

 

Senhoras e senhores, peço licença para compartilhar, neste momento solene, uma breve reflexão que emerge da profundidade do papel que aqui desempenho. Como juiz, sou investido da nobre missão de zelar pela justiça, de decidir sobre direitos e obrigações, e de julgar os conflitos que a vida em sociedade inevitavelmente apresenta. Contudo, permitam-me reconhecer com humildade: diferentemente dos senhores e das senhoras que hoje são diplomados, não conheço a vivência única da aprovação popular. Nunca enfrentei uma eleição, nunca senti a emoção de olhar nos olhos de um eleitor e perceber ali a entrega de sua confiança, expressa em um voto que carrega sonhos e esperanças. Essa experiência, ímpar e profundamente transformadora, é algo que apenas os eleitos podem compreender em sua plenitude, e com ela vem uma responsabilidade que transcende o simples exercício da função pública.

Ser eleito não significa apenas ocupar um cargo; é ser escolhido. É ser apontado por uma multidão de vozes que, através das urnas, declararam: "Confio em você para cuidar do que mais importa para mim." Essa escolha, senhoras e senhores, é o mais elevado reconhecimento que alguém pode receber, pois não vem de uma autoridade superior, não é fruto de uma nomeação ou de um concurso público, mas da soberania popular, da essência da democracia. Enquanto juízes somos guardiões das leis, intérpretes do direito, mas vocês, eleitos, são os legítimos representantes do povo, a materialização da vontade coletiva. Carregam em si o pulsar vivo da democracia, sendo chamados a exercer um mandato que exige não apenas conhecimento e técnica, mas também empatia, humanidade e, sobretudo, compromisso.

E aqui reside a beleza mais sublime deste momento. Vocês não foram eleitos apenas para administrar orçamentos ou legislar sobre normas. Foram eleitos para cuidar. Cuidar dos anseios e necessidades daqueles que, na simplicidade de um voto, depositaram em vocês suas esperanças por dias melhores. Cuidar de suas cidades, de suas comunidades e das vidas que dependerão das decisões que tomarão. Cada voto recebido não é apenas um número, mas um apelo silencioso por transformação, justiça e dignidade. Ao receberem o diploma que hoje lhes é entregue, vocês não estão apenas sendo reconhecidos formalmente. Estão sendo investidos na mais honrosa das missões: serem a voz dos que clamam por justiça, a força dos que enfrentam adversidades e a esperança dos que, muitas vezes, encontram-se desamparados.

Por isso, permitam-me, com toda a reverência que este momento exige, afirmar: a grandeza de vocês transcende o alcance deste diploma. Vocês não apenas venceram adversários ou disputas eleitorais. Vocês venceram o desânimo, a descrença, a indiferença e tantas outras forças que, por vezes, tentam enfraquecer nossa democracia. O poder que hoje lhes é conferido não foi imposto por decreto, mas outorgado pelo povo, no mais genuíno ato de soberania. Assim, recebam este momento com humildade e emoção. Honrem, em cada decisão, a confiança que lhes foi entregue, pois ela é o bem mais precioso que se pode guardar.

Cuidem deste mandato com amor pela coisa pública, com ética intransigente e com a certeza de que, ao exercerem seus deveres, estarão concretizando o princípio fundamental que deve guiar todo homem público: o de servir. Afinal, como nos ensina a história e como reafirma a justiça, aquele que serve com integridade não apenas cumpre sua missão, mas dignifica a própria democracia.

Hoje, celebramos não apenas o êxito de uma campanha, mas a coragem de terem abraçado o sublime desafio de servir ao bem comum. Essa caminhada, marcada por sacrifícios e pela dedicação incansável, é digna de nossa mais profunda reverência. A campanha eleitoral não é apenas uma disputa; é uma travessia árdua, onde se enfrentam não apenas críticas e exaustão, mas também as incertezas que habitam o coração humano. Cada gesto, cada aperto de mão, cada palavra proferida carregaram a essência de uma entrega que vai além do interesse próprio, revelando o compromisso com um ideal maior: o serviço ao povo.

Nesta trajetória, é impossível não reconhecer as renúncias silenciosas que marcaram esse percurso. Quantas noites foram passadas longe da família, quantos momentos íntimos foram adiados, e quantas celebrações ficaram para outro dia? A ausência em lares, no convívio com filhos, cônjuges e pais, é o preço invisível pago por aqueles que escolhem carregar o fardo da representatividade. Contudo, esse sacrifício é também a maior prova de amor pela comunidade que agora os acolhe como líderes.

Mais do que isso, houve a entrega ao diálogo. A campanha não foi apenas uma busca por votos, mas um encontro de almas. Vocês caminharam pelas ruas, ouviram as dores e os sonhos do povo, e, nesse ato, escreveram juntos a história viva da democracia. Esse contato direto legitima e engrandece a vitória que hoje celebramos, pois ela é fruto da confiança depositada por aqueles que acreditaram em cada um de vocês.

Neste momento de celebração, desejo que sintam a profundidade do chamado que lhes foi entregue. Como nos ensina Viktor Frankl, “o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele é uma consequência de se dedicar a algo maior que si mesmo.” Vocês não venceram apenas uma eleição; venceram o medo, a dúvida e as adversidades. Essa vitória não os torna apenas eleitos, mas verdadeiros símbolos de esperança para o povo que os escolheu.

Que esse dia seja marcado pela emoção, pois é ela que nos conecta à nossa humanidade. Celebrem, sim, mas com humildade e reverência, conscientes de que a verdadeira glória não está na vitória em si, mas na honra de estar à altura dela. Hoje, vocês não são apenas vencedores; são guardiões da confiança popular, e não há missão mais grandiosa do que esta. Honrem-na com amor, ética e dedicação.

Senhoras e senhores diplomados, estimados convidados e queridos cidadãos de Palestina, este é um momento em que o coração se enche de orgulho e os olhos se voltam para o futuro, mas com o olhar respeitoso à história que nos trouxe até aqui. Hoje, ao celebrarmos esta diplomação, permitam-me recordar os belos versos do hino de Palestina, que nos convidam a refletir sobre o que esta terra representa: "Do passado pleno de glória e um futuro promissor, Palestina, presente na história com trabalho, com garra e suor."

Este momento é muito mais do que uma solenidade. É um chamado à continuidade desse legado. Vocês, eleitos, são herdeiros de uma história tecida com esforço, coragem e determinação. Uma história construída pelos pioneiros que semearam esperança no solo fértil desta terra de cachoeiras e cenários encantadores, tão bem descrita no hino como "hospitaleira, povo honrado e trabalhador."

Palestina não é apenas um município; é um símbolo. É o reflexo de um povo que, ao longo das gerações, aprendeu que o progresso só se conquista com luta, união e amor. Assim como proclamado em seus versos, "Palestina nos ensina que quem luta sempre vence." Que este ensinamento seja guia para os eleitos aqui presentes, que agora têm o privilégio e a responsabilidade de conduzir o destino desta terra abençoada.

Vocês, diplomados, foram escolhidos para zelar por este patrimônio único, para serem guardiões da memória dos que vieram antes e protagonistas de um futuro promissor. Que as promessas feitas em campanha sejam mais do que palavras; que se tornem ações capazes de honrar o suor daqueles que transformaram Palestina em um "município muito importante do noroeste paulista."

Este é o momento de retribuir ao povo que os escolheu, com dedicação, trabalho e ética. Vocês foram eleitos para cuidar, para proteger e para construir, com alma e coração, o progresso que os cidadãos tanto almejam. Como o hino tão bem exalta: "E unindo-se aos seus habitantes, um só povo se formaram." Que este espírito de unidade e força seja a base de cada decisão e de cada projeto.

Palestina, com seu "infinito céu anil" e suas "cachoeiras de paz e amor," continua triunfante em sua marcha progressista. Que cada um de vocês, agora diplomados, seja o farol que iluminará esse caminho, transformando desafios em oportunidades e sonhos em realidade. Sigam com humildade, coragem e, acima de tudo, com o compromisso de honrar a confiança depositada por este povo que faz desta terra um lugar de glória e esperança.

Que Palestina continue a ser o lar de corações que pertencem a ela, como proclamado no refrão: "Palestina, meu coração te pertence." Que a marcha progressista siga adiante, fortalecida pela fé naqueles que hoje assumem o compromisso de conduzir esta cidade rumo ao futuro que ela merece.

Senhoras e senhores eleitos, permitam-me, neste instante, substituir a euforia da celebração pela sobriedade do compromisso que hoje assumem. Este diploma que agora recebem não é apenas um reconhecimento de vitória, mas um pacto de confiança firmado com o povo. Cada voto que os trouxe a este momento representa esperança, mas também carrega uma cobrança silenciosa por responsabilidade e integridade. Ser eleito não é um privilégio, é uma missão. E, a partir de hoje, a honra dessa missão dependerá de cada ato, de cada decisão, de cada escolha que fizerem.

Lembrem-se: governar e legislar não é apenas conduzir políticas públicas; é impactar vidas. Um desvio de conduta, por menor que pareça, não prejudica apenas as contas públicas; ele destrói a confiança da sociedade e fere os mais vulneráveis. A improbidade administrativa não é um erro técnico; é uma ruptura com o pacto social. A omissão, o descaso e a negligência reverberam como gritos de injustiça, atingindo os que mais precisam de proteção e de voz.

Sejam vigilantes. Não quero vê-los, em meses ou anos, à frente deste ou de qualquer outro tribunal, respondendo por atos que poderiam ter sido evitados. Não quero que seus nomes figurem em manchetes de escândalos ou que a população que lhes confiou seus sonhos sinta-se traída. Quebrar a confiança do povo não é apenas um fracasso administrativo, é uma afronta à democracia e à dignidade daqueles que acreditaram em vocês.

A história é implacável com aqueles que se deixam seduzir pelo poder ou pelos atalhos da corrupção. Líderes que se desviam do caminho da ética não encontram legado, apenas ruína. Não há força que sustente o poder construído sobre mentiras, e não há redenção para quem governa com desdém pela justiça. Cada ato ilícito praticado não apenas corrói o presente, mas também lança sombras sobre o futuro.

Portanto, que este diploma não seja apenas um marco de chegada, mas o início de um mandato pautado pela honra, pela ética e pelo compromisso com aqueles que lhes confiaram o bem mais precioso: a esperança. Que cada decisão tomada seja um reflexo da grandeza do povo que os elegeu.

Vocês foram eleitos para servir, não para serem servidos. Foram escolhidos para proteger o interesse público, não para dele se aproveitar. Que cada decisão tomada seja pautada não pelo benefício pessoal, mas pelo impacto que ela terá na vida daqueles que confiaram em vocês. Governar é, antes de tudo, um ato de renúncia; é abdicar dos próprios interesses em favor do coletivo. É um chamado à grandeza, mas também um lembrete constante de que cada ato terá suas consequências.

Que jamais se esqueçam de que os votos que hoje celebram vieram de pessoas reais, com sonhos, dificuldades e esperanças. Cada cidadão que os escolheu espera de vocês não perfeição, mas integridade. Não genialidade, mas honestidade. Não promessas vazias, mas trabalho comprometido. A cada ação, pensem no impacto que ela terá nos lares, nas ruas, nos corações daqueles que representam. Um governo ou um mandato justo se constrói com responsabilidade e transparência, e não com atalhos ou oportunismos.

A política, quando corrompida, é uma das maiores formas de violência, pois atinge os mais vulneráveis de forma silenciosa e cruel. Quando recursos são desviados, crianças ficam sem escolas, pacientes ficam sem atendimento médico, e trabalhadores veem suas esperanças murcharem. É essa a consequência do descaso com o dever público, e é isso que deve ser evitado a todo custo. O mandato que hoje recebem não é uma arma para ferir, mas uma ferramenta para construir.

Por fim, que o peso da responsabilidade que carregam nunca os permita esquecer da magnitude de seu papel. Vocês foram escolhidos não para serem chefes, mas para serem servidores. E servir, senhores e senhoras, é o mais nobre dos atos humanos, mas também o mais exigente. Que cada dia de seus mandatos seja vivido com a consciência de que, ao final, serão julgados por sua população, por seus princípios e, como bem sabemos, por algo maior. Que este diploma, em vez de ser um símbolo de poder, seja um lembrete diário de que o maior dos poderes é o de transformar vidas com honestidade e dedicação.

Vocês foram eleitos para servir, não para serem servidos. Foram escolhidos para proteger o interesse público, não para dele se beneficiar. Que cada decisão tomada seja guiada não por interesses pessoais, mas pelo impacto que ela terá na vida daqueles que depositaram em vocês sua confiança. Governar é, acima de tudo, um ato de renúncia — renúncia ao individualismo em prol do bem coletivo. É um chamado à grandeza que carrega, consigo, o peso das consequências de cada ato.

Jamais se esqueçam: os votos que os trouxeram até aqui vieram de pessoas reais, com sonhos, lutas e esperanças. Elas não esperam perfeição, mas integridade; não genialidade, mas honestidade; não discursos, mas ações concretas. Cada decisão deve ser tomada com a consciência de seu impacto nos lares, nas ruas, nas vidas que vocês agora representam. Um mandato justo se constrói com transparência e responsabilidade, jamais com atalhos ou oportunismos.

A corrupção, quando presente, é a mais insidiosa das violências, pois destrói os mais vulneráveis sem que eles possam reagir. Um desvio de recursos significa crianças sem escolas, pacientes sem tratamento, famílias sem esperança. O mandato que vocês hoje recebem não é uma arma para explorar, mas uma ferramenta para construir justiça e dignidade.

Que a magnitude do compromisso que agora assumem nunca se perca de vista. Vocês não foram escolhidos para serem chefes, mas servidores. E servir é a mais elevada das missões, exigindo esforço diário, ética inabalável e compromisso com a verdade. Que este diploma seja, todos os dias, um lembrete de que o maior poder que possuem não está na posição que ocupam, mas na oportunidade de transformar vidas com honestidade e dedicação.

Agradeço a todos os presentes, familiares, amigos e cidadãos que aqui estão, pois a presença de cada um dá significado e força ao que hoje celebramos. Que o Senhor, em Sua infinita bondade, continue iluminando nossos caminhos e abençoando a querida cidade de Palestina.

Que cada decisão ao longo de seus mandatos seja uma oportunidade de honrar o chamado que receberam, não apenas perante a sociedade, mas também diante de Deus, que os observa e os guia. Que suas trajetórias sejam marcadas pela integridade, pela compaixão e pelo compromisso com o bem comum.

Ao final de seus mandatos, que possam olhar para trás com a consciência tranquila, certos de que serviram com humildade, ética e amor ao próximo. Que Deus abençoe suas vidas, suas famílias e a amada Palestina. Sucesso, boa sorte e que a graça divina esteja com vocês em cada passo. Muito obrigado!

 

 

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